O Presidente da República pediu hoje mais ambição e exigência em termos orçamentais e económicos e que não se perca tempo a discutir de quem foi o mérito pelos resultados, considerando que "foi de todos".
No encerramento do Congresso "Sintra Economia 20/30", no Centro Cultural Olga Cadaval, Marcelo Rebelo de Sousa saudou "o esforço da saída da crise, o esforço de estabilização difícil do sistema bancário, o esforço de estabilização difícil do Orçamento do Estado" nos últimos anos, mas defendeu que "não basta".
"Não basta, e muito menos basta estarmos a discutir de quem foi o mérito - foi de todos, foi de todos. Depois, cada qual diga que o seu quinhão é maior do que o do parceiro. Não interessa, foi de todos, a começar em todos os portugueses", disse.
Advertindo para uma eventual evolução negativa da conjuntura externa, o chefe de Estado apelou a que não se fique "a discutir se valeu a pena o esforço ou não", pois "claro que valeu a pena, mas é preciso muito mais".
"Temos de estar preparados para um esforço adicional se a nível mundial ou a nível europeu esse esforço for requerido", alertou.
Segundo o Presidente da República, também há que "ambicionar muito mais na educação, na saúde, na coesão social, funcional e territorial, no respeito e prestígio das instituições, na afirmação nas funções de soberania, no papel da sociedade civil".
"E, claro, temos de ambicionar mais crescimento, temos de ambicionar mais emprego, temos de ambicionar melhor repartição da riqueza. Esse é um esforço hercúleo", acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa, num discurso em que apelou à "unidade nacional" e ao "amor-próprio" do país.
De acordo com o chefe de Estado, mesmo que a conjuntura externa seja positiva, "ainda assim, o esforço é indispensável".
"Temos de ir mais longe nas nossas exigências, temos de ir mais longe nos pressupostos de crescimento e de justiça. Temos de ambicionar muito mais", insistiu.
Este "apelo de mudança para melhor" foi uma mensagem que o Presidente da República quis deixar "à entrada antecipada de um ano eleitoral", com europeias e legislativas, neste congresso "Sintra Economia 20/30".
Marcelo Rebelo de Sousa pediu que se continue "aquilo que está correto no percurso seguido" e que se altere "aquilo que importa alterar", com uma "visão de médio-longo prazo", e exaltou o atual "peso internacional" de Portugal.
"Hoje nós somos mais fortes no mundo", sustentou.
"Portugal é hoje de facto, por muito que custe à nossa às vezes baixa autoestima, um peso internacional que decorre de podermos fazer aquilo que, muitas vezes tenho dito, os nórdicos faziam, noutros tempos, no século passado", reforçou.